Investigador, produtor de conteúdo e cristão: quem é o policial civil preso por atirar em trabalhadores em obra
19/10/2025
(Foto: Reprodução) Policial Civil que atirou em trabalhadores em obra é preso
O policial civil Fernando Augusto Diniz foi preso na noite de sexta-feira (17) após atirar contra trabalhadores de uma obra em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O ataque ocorreu após ele ir até o empreendimento em construção e mandar os funcionários se deitarem no chão, segundo o registro policial.
O agente da Polícia Civil, que é investigador, é filho de um vizinho da obra. A confusão com tiros teria ocorrido, segundo a polícia, por desentendimentos anteriores do pai de Diniz com a empreiteira responsável pela construção (entenda mais abaixo). Um vídeo flagrou o homem andando com uma arma de grosso calibre após os disparos (veja acima).
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Numa rede social, o investigador do estado de Minas Gerais tem 17 mil seguidores e se apresenta como criador de conteúdo digital. Ele afirma ter graduação em direito e especialidade em Segurança Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O agente também se apresenta como integrante da Patrulha Unificada Metropolitana de Apoio (PUMA) da Polícia Civil de MG. Em seu perfil, ele apresenta ainda links de sites de compras e compartilha versículos bíblicos em stories.
A TV Globo tenta contato com a defesa do policial. A Corregedoria Geral da Polícia Civil informou que Fernando Augusto Diniz, de 37 anos, foi preso em flagrante por tentativa de homicídio qualificado. Ainda não há informação sobre eventual apreensão da arma usada no crime.
"O suspeito foi encaminhado para a Casa de Custódia da Polícia Civil, onde permanece à disposição da Justiça", disse a instituição, por meio de nota.
Montagem mostra trechos do vídeo em que policial civil que atirou em trabalhadores de obra caminha com arma de grosso calibre após cometer o crime, nesta sexta-feira (18)
Reprodução/TV Globo
Cartucho no local dos disparos
No local do crime, foi achado um cartucho 556, de armas de grosso calibre. Os disparos teriam ocorrido, segundo a polícia, por uma desavença do pai do policial, proprietário de um imóvel vizinho do lote da obra (entenda abaixo).
Os dois homens baleados, de 32 e 57 anos, foram encaminhados para o hospital, mas até a última atualização desta reportagem não havia informação sobre o estado de saúde deles.
Homem mandou trabalhadores se deitarem no chão
Em depoimento à polícia, um dos baleados, que se identificou como encarregado da obra, disse que o policial chegou ao local mandando os trabalhadores se deitarem no chão. Alguns deles correram, e Fernando Diniz atirou.
Um dos feridos que depôs à polícia foi atingido na perna, mas conseguiu correr até a entrada da obra para acionar socorro e a Polícia Militar.
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Desavenças de vizinho com obra
Os trabalhadores relataram a policiais que "aparentemente o autor [dos disparos] seria filho do morador da casa ao lado" da obra, de quem eles estariam recebendo constantes ameaças.
O pai do policial civil relatou à polícia que já registrou boletim de ocorrência contra a empreiteira responsável pela obra, que, segundo ele, estaria realizando atos ilícitos.
O registro policial referente aos disparos do policial, no entanto, não explica que atos ilícitos teriam sido cometidos nem que tipo de desavença o vizinho tinha com a construtora ou com os trabalhadores.
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